sexta-feira, 8 de março de 2013

Comida, Bebida e reflexões

Antes de viajar, dei uma bela pesquisada em diversos blogs e sites sobre varias coisas no Quênia. Uma delas, foi a comida. Por isso, esperava encontrar muito nyama choma (uma espécie de churrasco com carne de cabra) e tomar bons cafés. Para minha surpresa, os nyama choma não são tão comuns assim :( É delicioso, mas comido só em ocasiões bem especiais como Natal e aniversários. E, apesar do Quênia ser um dos grandes produtores, o café que mais tomei nos primeiros dias era produzido em Araras-SP! Pois é, o café não é tão apreciado na região de Nairobi :( Lógico, que não estou ficando sem café! Tenho experimentado algumas marcas de café queniano, descobri um ótimo café árabe e to juntando minhas moedinhas pra comprar mais café árabe e provar o café etíope - dizem que é ótimo!
A bebida mais comum é o chai (uma bebida indiana, consite em chá com leite). O chai tem o mesmo papel que o café tem para muito brasileiros, sendo tomado no café da manhã, todas as tardes e noites e também toda vez que se visita ou recebe alguém em casa. [Uma certa intolerância a lactose foi um pequeno problema no começeo (hehe), hoje não recuso o Chai.]
Encontro nyama choma e bons cafés em restaurantes e cafeterias aqui, mas são voltados para turistas e com preço elevado e, definitivamente, não sou turista aqui!
Então, vamos ao comidas mais comuns por aqui (to colocando pela minha ordem de preferencia):

Chakula (comida em kiswahili)!!!!
Pilau
É um arroz bem temperado com um pouco de carne. Nesse tempero vai sal, gengibre, alho, cebola, canela e mais um segredo que eu não vou deixar o Quenia sem antes descobri-lo!


Chapati na ndengu
Green grains e Chapati
O Chapati é um pão sem fermento. É uma delicia! Tem chapati branco, marron, com canela etc. To quase aprendendo a cozinha-lo direito...
Ele sempre servido acompanhado por um prato caldoso, geralmente ndengu (green grains, lembra lentilha) ou clado de legumes.

Mukimo
é o pure de batata com tempero e um milho

Ugali and mboga (vegetais)
Ugali e Mboga
É... é…. é difícil explicar! É um mingau bem consiste feito de água e farinha de milho branca. Sempre é comido acompanhado uma grande porção de um vegetal cozido. O mais comum é a couve, mas também tem repolho, espinafre e outras folhas que só tem por aqui. Talheres não são muito usados para comer esse prato! Usei colher das primeiras vezes que comi, até perceber o quanto é prático usar as mãos pra comer. Essa é a comida mais comum por aqui. É gostosinho, fácil, rápido e barato!


Githeri
Githeri
É um cozido de feijão e milho temperado com alho, cebola etc  

Aqui também tem uma boa variedade de feijão, mas não é comido tão regularmente como no Brasil. Esses dias experimentei o matoke (tem cara de banana e gosto parecido com batata). Cozido com sal é bem bom!

Há também como mandazi (lembra ipo um bolo de chuva), samosas (algo entre uma esfirra e empanada) e outras coisas que não são comum ao meu cotidiano aqui.

Diálogos sobre comidas
Algumas conversas com alguns quenianos sobre a comida serão inesquecíveis. Quando falo que no Brasil não há chapati, nem ugali, muitos surpreso dizem: então o que vocês comem?! Pra muitos, parece ser impossível viver sem chapati e ugali... (Da mesma maneira que pra muitos brasileiros é impossivel viver sem arroz e feijão!) No começo respondia que a comida básica do brasileiro é arroz e feijão... Eles olharam com ar de “que comida sem graça”! Hoje com segurança, digo que comemos arroz e feijão com muita, muita, muita carne, legumes e vegetais.
Um outro dialogo recorrente é tentando explicar meus hábitos alimentares no Brasil. Digo que costumo comer 4 ou 5 vezes por dia. A reação imediata é “no seu pais tem muito gordos?” Sim e não! Tento explicar que como mais vezes por dia mas em menores proporções. Por diversas razões1, a galera por aqui come 2 ou 3 vezes por dia, ou seja, quando come o prato é similar ao Monte Quênia! (acho que essa piada só muda a língua e o local de referência, hehe)
Matoke com Repolho

Tenho convivido com muitas pessoas que não tão nem aí pra comida. O pessoal fica horas e horas sem comer nada. Acompanhar a rotina dessa galera é um desafio pra mim, ainda mais por que tenho hipoglecima (se fico muito tempo sem comer a glicemia abaixa ainda mais). Para contornar isso, tenho tentado carregar bolachas e frutas na bolsa e, com muita vergonha, começo a comer no meio da reunião, cultos (alguns com + 3 horas) etc. Segue um outro pequeno desafio já que essa atitude não é visto com bons olhos também. Conversando sobre isso com um estagiário pareceiro,  ele deu a entender2 que me achava comilona hehehe. Daí, me apropriei do humor queniano e disse Jesus também foi chamado de comilão! Rimos

1 Por causa da ausência de eletromésticos é complicado estocar o excedente ou armazenar legumes e vegetais. Também levo muito mais tempo pra preparar uma refeição...
2 Dar entender, deixar nas entrelinhas acontece muito por aqui
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